Minhas Poesias
Na amplidão da aurora galgam os sóis alados
Os mais bravios cânticos do turbilhão nascente
Revoada de anjos maravilhados são coroados
Fontes amargas enterram tristezas poentes.
Sonolenta presença desvanece, mas ruas vence
Por entre as robustas árvores suaves e perenes
Enlevada ao vislumbrar o céu resplandecente
Passeia a luz do olhar que é ainda semente...
Na rouquidão dos sussurros ouvidos de leve
Naquela manhã de frienta aurora de neve
Tilintava aos sons dos pássaros belos e joviais
Estremecia ao lembrar de tudo uma vez mais...
Reverberavam cintilantes os raios do luar que esmaecia
O cheiro da noite de brumas calcava o solo e vencia
A solidão das calçadas vazias, culminando num frescor
Que diáfano e sutil ia penetrando toda luz e seu ardor.
De soslaio a visão tornou-se mil raios de alma pura
Girava e em todos os cantos surgiam doces figuras
A paisagem vislumbrava o espetáculo da vida
Ressurgindo a cada passagem novos sonhos na lida.
De esperança a lembrança do amanhecer se fez
Por inquietar-se alguém avança mais uma vez
Na expansão desses mares de agir e precisar
Furiosas ondas de verdade precisam desabar.
Não haverá mais um dia se for para ser melancolia
As ânsias e desejos são infinitos e eu relembraria
A suavidade que o orvalho trouxe retirando a saudade...
Sofrimento carregando, me deixou a viva liberdade.
17/12/2003
Um poema para a distância
No bucólico entardecer sentada no mirante de um morro
Sorvia velhos sonhos sentindo a brisa refrescante
Que da pequena enseada na encosta surgia.
Nas pedras distantes lá embaixo as ondas batiam
Lembrando a força da vida da natureza surgindo.
O vôo rasante dos pássaros distantes era meu olhar.
O vento soprou fortemente e meus braços se abriram.
Os cabelos esvoaçaram com o espírito volitando nos ares.
As cores no céu mudavam. O entardecer é um esplêndido pintor.
Não me contentava em diluir o olhar nos extensos matizes,
Precisava também misturar todos aqueles tons a minha alma.
Lânguido foi o desabrochar de cada parte do meu ser.
Sentia que respirar se tornava mais fácil e profundamente o fazia.
O som do silêncio era agradável e queria contar algo em segredo.
O espírito se expandia e abarcava tudo em volta até o horizonte.
Com a alma expandida senti a plenitude da perfeição, tudo perto
A suavidade do arfar de cada ser e a delicadeza com que tudo
Tudo se encaixa no esplendor de todos os momentos encadeados.
Andréia Cristina Saffier
15/02/2004
Espírito amigo
Cada mão estendida como estimulo de fé
É uma porta aberta a Jesus de Nazaré
Cada palavra com perdão ofertada
É dádiva de vida, da vida sagrada.
Cada sorriso criado em momento de dificuldade
Confiança gera; gera lealdade.
Cada momento em que você consegue manter
A paz interior,
É momento de mostrar o que aprendeu com
O amor.
Cada hora que empresta seu ouvido a alguém
É uma mensagem sagrada que para você vem
É paciência aprendida e muito mais além...
Cada vez que você precisa aprender a dizer adeus
Existe uma palavra amiga, alguém que te acolhe
Entre os seus.
Cada abraço dado em um inimigo do passado
É reencontro do espírito que vivia num castelo confinado.
Andréia Cristina Saffier
2002